Os iracundos
Você já deve ter se
perguntado várias vezes o significado de algumas expressões populares. A que
acho mais interessante é aquela que fala: “Nunca bata palmas para maluco
dançar”.
A origem desta expressão tem
haver com um povo antigo, chamado iracundos. Era um povo que cultivava a raiva,
a ira, o ódio, e a contenda. A história é muito interessante porque como era um
povo guerreiro que se autodestruía. Eram fortes e usavam arco e flecha. Também
tinham duas características peculiares, eram cegos e surdos, ou seja, podia se
falar o que quisesse que eles não o ouviriam, como também, poderia lhes
apresentar qualquer verdade que eles não a enxergariam. Eles eram irascíveis.
Não raciocinavam. Eram loucos.
A coisa mais interessante é
que a expressão “Não bata palmas para maluco dançar” aconteceu nos primórdios
da história. Os iracundos quando teve a sua região totalmente destruída por
eles próprios, começaram a perambular pelo mundo.
Chegavam às cidades,
andrajosos e munidos com arco e flecha e pediam as pessoas batessem palmas. As pessoas perguntavam: porque bater
palmas? Mas eles não ouviam e nem viam. Mas insistiam com as pessoas que
batessem palmas. As pessoas pensaram, são loucos mesmos! Vamos bater palmas
para ver o louco dançar.
Quando a população começava
a se aglomerar a volta dos iracundos, batendo palmas, eles pegavam o arco e flecha,
miravam para cima e atiravam. As flechas atiradas subiam tão alto que sumia de
vista no infinito e as pessoas davam gargalhadas e aplaudiam. Mais e mais flechas
eram atiradas e não acertavam em nada.
Após a sua apresentação, os iracundos
agradeciam e se retiravam. Alguns segundos depois, uma flecha caiu e acertou
uma criança que estava ao lado da mãe. Logo na frente outra acertou um idoso e
mais adiante outras iam caindo e acertando mais e mais pessoas. De uma hora
para outra, uma chuva torrencial de flechas matavam uma população inteira. E
assim, os iracundos iam de uma cidade para outra, de um país para o outro.
Com o passar do tempo, as
pessoas foram se esquecendo dos iracundos, isto porque, na verdade, eles camuflam-se
muito bem. São capazes de falar coisas divinas. Mas, a maior revelação desta
história, é que nunca podemos bater palmas eles.
Neste novo tempo, a primeira
vez que tivemos notícias, foi quando um senhor muito bom estava para ser
crucificado. Era um julgamento e o homem não tinha feito nada. Pelo contrário,
tinha feito maravilhas. Por conta da sua palavra, paralíticos voltaram a andar
andarem e cegos enxergaram. Ele estava
sendo julgado pela insistência em
confrontar as leis da época.
Então, o rei lavou as mãos e
deu à população o direito de escolher. Eles
poderiam libertar um ladrão ou condenar aquele homem, um santo. Mas, os iracundos
estavam misturados no meio da população e eles, sobretudo, são tóxicos. Só a
aproximação deles, desperta nas pessoas coisas que não sabemos, que não são
humanas, como ódio e a raiva.
Quando a população ouviu do
rei: quem vocês querem que solte, este homem que nada fez contra vocês ou
Barrabás, o ladrão?
Neste momento, a população
irascível começou a gritar: solte Barrabás! Solte Barrabás!
Sendo assim, crucificaram
aquele homem. Os iracundos cumpriram sua missão, disfarçaram e se se retiraram.
Outra vez, apareceram em
1922, na Itália e provocaram uma catástrofe. Em outra oportunidade, foi em 1933
na Alemanha, quando geraram uma guerra mundial que matou seis milhões de pessoas.
Tudo isto, semeando a irracionalidade.
Novamente estamos vendo a
presença dos iracundos entre nós. Amigos e parentes que nós nunca imaginávamos
que fosse capaz de desenvolverem o ódio e a raiva sem a mínima justificativa,
já mostraram sua face, e em alguns momentos, até falando em nome de Deus, o magnânimo.
Deus fala da bondade, paz e tolerância
entre as pessoas. Deus jamais falaria coisas que os iracundos professam.
Nós estamos aplaudindo os
iracundos. Eles continuam mirando suas flechas para os céus. Daqui a pouco eles
vão se retirar e as flechas irão cair sobre nossas cabeças. Portanto, “não bata
palmas para maluco dançar”.